Muito provavelmente os leitores mais atentos, ao lerem nossa última publicação sobre a isenção nos ativos de inflação, devem ter imaginado que cometemos alguns erros nos cálculos. Afinal, desde quando 5,00% + 4,00% é 9,20% e não 9,00%? Ou então, como no nosso exemplo da publicação anterior, 5,54% + 5,63% resultam em 11,48% e não 11,17%? Fique tranquilo, pois iremos explicar o porquê disso através das próximas publicações.
No Brasil, o regime de capitalização que temos nos investimentos é a composta, o que matematicamente falando, significa que os juros incidem de maneira exponencial nas nossas aplicações. Certamente você já deve ter ouvido falar do “poder dos juros compostos”, isso porque os juros futuros incidem sobre o capital inicial, mais os juros do período anterior. E é justamente por trabalhamos com somatória de taxas nos investimentos, que devemos encontrar o fator equivalente.
Para colocarmos em termos práticos, o fator basicamente é o número que precisamos multiplicar o nosso aporte, para encontrar o valor futuro. Suponhamos que tenhamos um investimento que remunera 10,00% a.a, então em cinco anos, teremos 50,00%, correto?
Errado!
Por termos juros exponenciais, o correto é encontrarmos o fator. Para isso, pegamos a taxa nominal, que é de 10%, e convertemos em decimal, que é 0,10%. Pela fórmula dos juros compostos, somamos 1 aos 0,10, ficando com 1,10 e, só então, elevamos ao período, que é 5 anos. Dessa forma, teremos 1,6105, que subtraindo o número 1, que havíamos somado anteriormente, nos dá os 61,05%. Bem diferente dos 50% que poderíamos imaginar inicialmente, correto?
O outro regime de capitalização existente é o simples, porém pouco usual para investimentos e empréstimos. O padrão são os juros compostos. E se você notou bem, o que é exponencial é justamente o tempo, portanto, o fator que mais impacta nos investimentos é por quanto tempo manteremos, e iniciar o quanto antes é o que trará os melhores frutos.
Quer entender mais? Não perca, que na próxima publicação explicaremos como funciona a somatória das taxas em papéis de Renda Fixa.
