Agora que entendemos os principais conceitos introdutórios da renda fixa, emissores, taxas e equivalência, chegou a hora de evoluirmos para um assunto que já foi abordado em publicações anteriores: os juros futuros.
Como já vimos, temos na nossa economia a taxa básica de juros, a Selic, definida nas reuniões do Copom. Porém, ela é um dado presente, ou seja, sabemos qual é a taxa de juros hoje, mas não quanto teremos no próximo ano, ou nos próximos três anos. Todavia, os juros em uma economia é uma informação crucial, não apenas para rentabilidade dos investimentos, sendo um dos focos da Acqua-Vero, mas também para estudar a viabilidade de projetos, atrair capital estrangeiro, etc.
Justamente por isso, a partir das taxas de negociação dos títulos públicos prefixados, a Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais elabora a curva de juros, também conhecida como ETTJ (estrutura a termo de taxa de juros). Ela nada mais é do que a estimativa do mercado de quanto teremos de Selic acumulada entre dois períodos. A curva é fruto das expectativas do movimento da taxa básica de juros pelo Copom, e é a forma que conseguimos estimar a rentabilidade de ativos indexados ao CDI ou Selic.
Vale destacar que o resultado é expresso como a média anual de Selic esperada, e não a taxa estimada no final do período. Ou seja, se o mercado estimasse que nos próximos 11 meses a Selic permanecesse nos 7,75% a.a atuais, e apenas no 12º mês fosse elevada para 8,75%a.a, a curva de juros indicaria uma Selic para os próximos 12 meses em 7,83% a.a (média ponderada desse período), e não 8,75% a.a, que é a taxa do final do ciclo.
Essa curva de juros que introduzimos é conhecida como curva nominal, ou seja, não considera inflação e tampouco o ganho real (acima da inflação).
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