A economia global enfrentou diversos choques ao longo dos últimos meses. Desde o Covid-19, passando por descasamentos nas cadeias globais e recentemente um conflito militar no leste Europeu. Todos estes eventos diminuíram não só o crescimento global esperado, como também o retorno dos ativos financeiros em especial o mercado acionário. O curto prazo especificamente, foi afetado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia e pelos lockdowns na China, além da percepção de que a inflação deve ficar elevada por mais tempo e que os juros serão mais altos do que no ciclo anterior.
Ainda assim, o consenso de mercado é de um crescimento médio da Zona do Euro entre 2022 e 2024 (2,3%) acima do potencial (1,5%-2%). Há uma preocupação com a
desaceleração de curto prazo, em termos trimestrais, deixando o mercado em alerta, mas que não mudou a visão de longo prazo de normalização de crescimento.
Em termos de fundamentos, chama a atenção que o movimento de preço desde o ano passado fez com que a relação Preço-Lucro (P/L, ou P/E, na sigla em inglês) da bolsa europeia (11,9x) tenha não só atingido sua média histórica (14,0x), mas recuado para próximo da sua banda inferior de um desvio-padrão (11,0x), um patamar que implica um balanço de risco menos assimétrico para o lado negativo. Usualmente esses pontos de entradas costumam ser mais atrativos, pensando em prazos de investimento mais longos.
Naturalmente, surpresas baixistas para a atividade econômica nos próximos trimestres podem limitar a performance, mas ainda assim, o nível de desconto em termos históricos e a correção no ano (YTD) deixam o balanço de riscos para um horizonte de prazo mais longo (3 anos) mais favorável.